Já no primeiro dia do projeto, todos os 20 livros pendurados na árvore foram recolhidos por pessoas que passaram pela via no bairro Parque Minas Gerais

No Dia Internacional da Doação de Livros, celebrado nesta terça-feira (14), um projeto com livros em árvore vem dando frutos para quem passa pela Rua João Hernandes, no bairro Parque Minas Gerais, em Ourinhos (SP).

No local, uma verdadeira “árvore de livro” é regada por Marta Cunha da Silva Felipe. Desde dezembro de 2020, em plena pandemia, ela mantém a ação que visa a doação de livros que ficam amarrados à árvore. Ao temmais.com, ela lembra que a iniciativa nasceu de um descontentamento com uma árvore que fica em frente à casa dela.

 “Enquanto eu varria a calçada da minha casa, olhei para a árvore e vi que não tinha frutos. Logo tive a ideia de dar frutos para essa árvore. Amarrei barbantes nos galhos, coloquei livros usados em saquinhos plásticos e prendi com prendedor”, recorda.

A brincadeira logo ganhou forma. No primeiro dia, todos os 20 livros pendurados na árvore foram recolhidos por pessoas que passaram pela via. Pouco mais de dois anos da primeira leva de livros, o projeto hoje movimenta, entre doações e retiradas, cerca de 200 livros por mês. Qualquer pessoa pode participar da ação.

“Tem criança, jovem, homem, mulher. Não tem um público específico. Todos vêm buscar livros, alguns fazem questão de bater em meu portão para me conhecer e me parabenizar pelo projeto”, conta Marta.

O amor de Marta pela leitura nasceu ainda na adolescência e foi regado através dos anos com as inúmeras possibilidades do mundo dos livros. No momento, ela não se vê parando tão cedo na ação de compartilhar novas histórias com novos públicos.

“Não pretendo parar com esse projeto, pois plantando amor, se colhe amor. Esse é o sentimento que tenho, que estou plantando amor, fazendo minha parte. Pessoas são impactadas pois percebem que não precisa de muito pra se fazer algo bom”, comenta.

Com uma árvore de livros, sem pretensão, a ourinhense conquistou no final de 2021 uma cadeira na Academia Paulista de Letras.

“Hoje ocupo uma cadeira do Patrono Vinícius de Moraes, sendo também a Primeira Capelã Acadêmica do interior de São Paulo”, revela.

Entre livros clássicos, contemporâneos e infantis, de autores internacionais e nacionais, as histórias de viajantes pelo local também deixam marcas na organizadora do projeto.

“Um dia, um caminhoneiro estacionou o caminhão só para pegar livros dessa árvore, foi algo que me marcou, pois é difícil, parar um caminhão aqui na minha rua”, relembra.

“Se você tem livros para doar e não sabe como doar, observe ao seu redor, sua casa, bairro, pessoas, sempre haverá um lugar para se doar livros, quem sabe outras árvores de livros por esse Brasil afora”, completa Marta.

 

 

Fonte:  temmais.com