Jhonata Ribeiro, de 18 anos, no centro da imagem ao lado dos colegas de time de Paraguaçu Paulista (Foto: Arquivo Pessoal)

 

O atleta de 18 anos que foi vítima de racismo por parte de um adversário durante a transmissão de uma partida de vôlei pelos Jogos da Juventude de SP, em Maracaí (SP), desabafou sobre o preconceito sofrido dentro da quadra. O evento esportivo reúne jovens entre 15 e 18 anos de municípios do estado de SP na disputa de várias modalidades esportivas.

O caso foi registrado no duelo entre os atletas das cidades de Paraguaçu Paulista (SP) e Assis (SP), disputado na sexta-feira (21). Segundo o boletim de ocorrência, as ofensas de cunho racista foram registradas na transmissão do jogo feita nas redes sociais pela Associação de Vôlei de Assis (AVA).

Em um determinado momento do vídeo, um membro da equipe inicia uma série de comentários ofensivos contra Jhonata Roberto, levantador do time de Paraguaçu Paulista, referindo-se à vítima no gênero feminino, em falas que também têm caráter homofóbico

“Feia horrorosa, o que aquela preta tá fazendo? Preta feia”, diz o jogador em meio à live no Instagram.

Na sequência, o membro da equipe de Assis continua com as ofensas contra o adversário, com comentários pejorativos sobre características fenotípicas da vítima: “Não gosto dela, deixa ela, se eu pegar o cabelo dela, eu arranco tudo, cabelo duro”.

Jhonata revelou que ficou sabendo das ofensas logo assim que saiu da quadra. Segundo ele, as falas, além de gerarem indignação, também trouxeram tristeza pela hostilidade em meio a um ambiente que sempre foi acolhedor para ele.

“No vôlei, encontrei refúgio para fugir de todos os problemas. Dentro da quadra, encontrei uma família e amigos para superar meus problemas. Receber tais palavras da forma que foi me entristece porque chega a ser duvidosa a evolução do ser humano. As pessoas precisam aprender que não há mais espaço para o preconceito e o racismo, internet não é terra sem lei”, pontuou.

Após a repercussão do caso, o vídeo foi apagado das redes sociais.

O caso foi registrado como injúria racial e segue para investigação da Polícia Civil.

“Espero que a justiça seja feita na forma da lei. Infelizmente, sou só um número dentro de tantos que sofrem racismo. Minha cor não é uma ofensa, minha cor é minha origem e história de um povo que sempre foi oprimido e está exausto de ser diminuído”, desabafa.

 

 

 

Fonte: temais.com

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