Mais da metade dos paulistas não sabe identificar valor de pressão arterial alta, diz estudo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, celebrado nesta quarta-feira (26), uma pesquisa inédita revela que mais da metade dos paulistas desconhece como funciona a detecção da pressão alta.

Segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), 53% das pessoas não sabem identificar nos aparelhos medidores o índice que determina a pressão arterial elevada.

Entre os que desconhecem a informação, 34,1% acreditam que o valor de referência seja de “16 por 9”. Já 18,9% dos pesquisados acreditam que o valor seja de “15 por 9”. Na verdade, o parâmetro é igual ou superior a “14 por 9”.

“O desconhecimento pode levar, mesmo aquele indivíduo que realiza a medição com frequência, a acreditar que está tudo bem e que não é hora de procurar ajuda médica mesmo com a pressão em alerta vermelho”, explica o coordenador da pesquisa e diretor da SOCESP, Luciano Drager.

O estudo foi realizado com 2.236 pessoas nas cidades de Bauru, Araçatuba, São José do Rio Preto, Sorocaba, Araraquara, Osasco, Ribeirão Preto, São Carlos, Vale do Paraíba e na capital paulista.

Segundo o levantamento, apenas 36% das pessoas apontam a hipertensão como fator de aumento do risco de problemas cardíacos quando, “na verdade, a doença anda de mãos dadas com as enfermidades cardiovasculares”, reforça Luciano.

No Brasil, estima-se que 30% das mortes anuais – cerca de 1,3 milhão – estejam associadas ao coração. A hipertensão está relacionada a 45% das mortes cardíacas e a 51% dos óbitos provocados por causas como o acidente vascular cerebral (AVC).

De acordo com a entidade, cerca de 32,3% dos brasileiros convivem com hipertensão. Na população acima dos 60 anos, o percentual sobe para 65%.

Uma pessoa é considerada portadora da doença quando a pressão arterial máxima (ou sistólica) apresenta valores iguais ou maiores que 140 mmHg e a mínima (diastólica), igual ou maior que 90 mmHg, de forma persistente em pelo menos duas ou mais ocasiões diferentes do dia.

 

Sal e alimentação saudável

Segundo a SOCESP, o sal é o principal inimigo da pressão arterial. Por isso, tanto para portadores de hipertensão como para a população em geral, a orientação é consumir até 5 g do condimento por dia.

“Ficar dentro desta restrição não é simples porque grande parte dos produtos industrializados contém o ingrediente na composição. Evitar os ultraprocessados, como temperos e molhos prontos, salgadinhos, embutidos e enlatados, entre outros, é um excelente primeiro passo”, diz Luciano.

 

Exercícios físicos

Apesar de exercícios regulares serem imprescindíveis para manter a pressão nos eixos, a pesquisa da SOCESP apurou que 36,6% dos paulistas não praticam nenhuma atividade física e 31,4% o fazem duas vezes por semana.

Somente 32% declararam que se exercitam quatro ou mais vezes por semana, rotina considerada ideal para prevenção de doenças cardiovasculares e de seus fatores de risco, como a hipertensão.

De acordo com a Diretriz de Prevenção Cardiovascular, pacientes com hipertensão devem praticar pelo menos 30 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada (caminhada, corrida, ciclismo ou natação) de cinco a sete dias por semana, e outras atividades de resistência de dois a três dias por semana.

Ainda segundo a SOCESP, o acompanhamento de um profissional de educação física é sempre recomendável tanto para aumento gradual da proposta de atividade como para supervisão da performance, evitando lesões e detectando sintomas que indiquem problemas cardiovasculares.

 

 Fonte: temmais.com

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