Menino com TDAH teria sido vítima de agressões na Escola Estadual Hilmar Machado de Oliveira, em Garça (SP) (Foto: Google Maps/Reprodução)

 

A Polícia Civil investiga um funcionário e alunos de uma escola de Garça, no interior de São Paulo, suspeitos de agredirem uma criança de 11 anos com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), durante uma crise. O caso foi registrado na delegacia em 28 de abril, mas a agressão ocorreu no dia anterior.

Conforme o boletim de ocorrência, o menino teria passado por uma crise durante a aula e a mãe precisou buscá-lo na Escola Estadual Hilmar Machado de Oliveira. No local, ela encontrou o filho estirado no chão, chorando, com o rosto e braços vermelhos. Ele estava acompanhado por um funcionário da instituição.

Em casa, o adolescente revelou à mãe que havia entrado em crise após ser alvo de chacotas e piadas de cinco alunos. Em meio à crise, um funcionário e um outro aluno teriam segurado a criança, e o zelador da escola deu uma rasteira nele.

Na sequência, ainda segundo o B.O, o menino foi ao banheiro para tentar se acalmar e, ao sair do ambiente, foi novamente agredido. O zelador teria dado um golpe do tipo “gravata” no jovem.

“Com as agressões ele ficou meio vermelho, depois meio roxinho. Só que as marcas piores vão ficar na cabeça dele, que é pior. Ele fala toda hora da chave no pescoço que ele levou. Eu só consegui fazer o B.O no dia seguinte porque ele estava muito agitado no dia das agressões”, relatou a mãe.

A ocorrência foi registrada como contravenções penais e o caso é investigado pela Polícia Civil.

 

O que diz a Secretaria Estadual de Educação?

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) foi procurada e respondeu, em nota, que “não compactua com nenhum ato de violência, dentro ou fora da escola. Assim que identificado o ocorrido, a equipe gestora acionou os responsáveis e disponibilizou a rede protetiva do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP)”, diz o texto.

Ainda de acordo com a nota, a apuração está em andamento para avaliar a ocorrência. “A Diretoria de Ensino de Marília e equipe gestora da unidade seguem à disposição das autoridades e da comunidade escolar”, finaliza a nota.

 

Sintomas e características do TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma doença neurobiológica, com causas genéticas, sendo mais comum em crianças e adolescentes.

Os sintomas aparecem até os 12 primeiros anos de vida em 95% dos pacientes, sendo que, 60% deles podem apresentar algum desses sinais até os 7 anos.

O TDAH se manifesta pela combinação de dois tipos de sintomas: a desatenção e a hiperatividade e impulsividade.

Os 18 sintomas descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, ajudam a identificar se o TDAH é do tipo hiperativo impulsivo, desatento ou, misto ou combinado – onde há uma as características se misturam.

Os sintomas do TDAH, classificado como hiperativo impulsivo, é diagnosticado quando a criança apresenta seis sintomas de uma lista de nove. Confira:

Inquietação;

Dificuldade de permanecer sentado;

Corre ou se movimenta com agitação em situações inadequadas;

Incapacidade de brincar ou se envolver em atividades de lazer em silêncio;

Incapacidade de permanecerem sentadas em situações sociais como lojas, restaurantes, reuniões, por um longo período;

Fala excessiva;

Responde antes que a pergunta seja completada;

Dificuldade de esperar sua vez;

Interrupção ou intromissão em conversas e jogos de outras pessoas.

 É possível encontrar manifestações comportamentais como agressividade, excitabilidade, inquietação, falta de parâmetros de moderação e irritabilidade. Também, essas crianças apresentam problemas relacionados ao desenvolvimento cognitivo e alterações de humor.

Em 30 de novembro de 2021, foi sancionada uma lei que, de acordo com o Diário Oficial da União (DOU), obriga o Poder Público a desenvolver e manter programa de acompanhamento integral para educandos com dislexia, TDAH ou outro transtorno de aprendizagem

Essa lei oferece o acompanhamento e assistência integral aos alunos da educação básica de escolas públicas e privadas, garantindo que as necessidades desses alunos sejam atendidas por uma equipe multidisciplinar, com profissionais da área da saúde, com terapias e medicamentos e da área da educação.

 

 

 

Fonte: no temmais.com

Deixe seu Comentário