Padre e o
companheiro fiel Bento (Foto: Arquivo pessoal)
A comunidade
católica de Palmital (SP) se despediu de Bento, o cachorro que era inseparável
de seu tutor, o padre Luiz Fernando Dias. O animal de estimação morreu na noite
desta terça-feira (6) e foi enterrado em um jardim próximo da Igreja Santo
Antônio.
“Estamos muito
sentidos com a partida do Bento. Por aqui, todos estão lamentando, mas o que eu
disse durante o enterro: é um ciclo que se fecha”, disse o padre. De acordo com
ele, Bento vinha lutando contra um tumor no cérebro.
A doença foi
descoberta no Carnaval deste ano e, desde então, precisou ser internado para
tratamento veterinário em algumas ocasiões. “Ele vinha tendo altos e baixos.
Quando melhorava, tinha alta. Mas nos últimos três dias ele estava internado”.
A morte do cachorro
motivou inclusive uma nota de pesar pela Paróquia Santo Antônio nas redes
sociais.
“Bento, companheiro
do nosso pároco, está nas mãos do Pai. Sentiremos muito sua falta, Bento, nas
missas junto com a gente. Ficam as lembranças”, informou o comunicado. “Fica
aqui o conforto e sentimentos de toda comunidade paroquial de Santo Antônio”.
Nos últimos oito
anos o padre Luiz Fernando e Bento formaram uma dupla inseparável. Os dois eram
tão unidos que o animal acompanhava seu tutor em todas as celebrações
religiosas, sejam missas ou até casamentos e batizados.
Dócil, o pet fez
sucesso na cidade e era considerado um verdadeiro membro da comunidade
católica. Segundo padre Luiz, seu bispo não se incomodava com a presença do
cachorro nas atividades da igreja, já que também é apaixonado por animais.
Bento normalmente
esperava seu tutor encerrar as bençãos para se aproximar do púlpito, mas, em
algumas festas, ele roubava a cena. Em certas ocasiões, o cãozinho também
assumia o protagonismo, como na missa de benção aos animais, em outubro de
2023, Dia de São Francisco de Assis.
O cão também adorava
uma foto e sabia até que devia posar para o flash, segundo seu tutor. No
casamento da auxiliar de enfermagem Fabiana de Oliveira Coco, em 2019, ele fez
questão de entrar no meio dos noivos para um clique. (Veja abaixo).
“Enquanto eu e meu
marido posávamos para as fotos, o Bento entrou no meio e quis aparecer também”,
contou a mulher.
De acordo com o
padre, o cachorro foi ainda mais popular do que ele. Isso porque, em cidades
pequenas, líderes religiosos costumam ser muito conhecidos.
“Ele é mais
conhecido do que eu. Algumas pessoas não sabem o meu nome, mas conhecem o
Bento. Então, eu sou o ‘padre do cão Bento'”, disse o religioso gargalhando em
entrevista ao no ano passado.
A família de Luiz
sempre foi apegada aos animais, presentes em sua vida desde a infância. Antes
de Bento, ele teve outro companheiro canino por anos, mas este acabou morrendo
com problemas renais.
Pouco tempo depois,
ele ganhou Bento, com cerca de dois meses de vida, de uma integrante da
paróquia. O nome foi escolhido em votação entre os coroinhas como uma homenagem
ao então Papa Bento XVI.
Bento tinha porte
grande, com aproximadamente 40 quilos, e era filhote de rottweiler com pastor
alemão. Ele conviveu muito bem com outro pet do padre, o gato Biscoito. Ambos
dormiam no quarto de Luiz, o bichano a seus pés e o cão em uma cama própria,
com colchão.
Enquanto o gato tem
“vida própria”, o cão ficava a tira-colo com o religioso, seguindo-o até mesmo
em consultas médicas e viagens. Bento conheceu diversos estados brasileiros e
chamava a atenção por onde passava.
Fonte: temmais.com