Tanque de combustível

imagem: Pedro H. Tesch/Agência Eleven

 

Com essas constantes variações dos preços dos combustíveis, os questionamentos sobre se vale mais a pena usar gasolina ou etanol estão sempre em alta. Ainda que o consenso geral diga que basta multiplicar o preço do litro da gasolina por 0,7 para descobrir qual compensa mais, será que isso faz mesmo sentido? Explicando a teoria: se o resultado da conta for inferior ao preço do litro do etanol, valeria a pena abastecer com gasolina. O que fundamenta isso é que a eficiência da gasolina é 30% maior do que a do álcool hidratado.

Por um bom tempo, a lógica já fez certo sentido (e ainda faz, para os primeiros carros flex.) Quando a tecnologia bicombustível surgiu, em meados dos anos 2000, a eletrônica embarcada nos automóveis era mais simples, os motores tinham menos taxa de compressão, bem como a injeção direta e o turbo compressor eram usados muito raramente. Ou seja, as quantidades de variáveis eram bem menores. Deste modo, a teoria por trás do cálculo básico se aproximava mais do fato concreto do que nos dias de hoje. Mas qual seria o novo parâmetro, então?

O Instituto Mauá de Tecnologia realizou uma série de testes, com veículos flex mais modernos, para determinar referências mais atuais. Utilizaram o etanol e a gasolina comum vendida nos postos, para se estabelecer a comparação.

Foram utilizados 20 veículos com anos de fabricação recentes: cinco unidades de quatro modelos diferentes (compactos 1.0 e 1.6, sedã médio e SUV).

 Eles percorreram 27 km em cidades e 30 km em estradas.

 Cada um desses circuitos foi repetido 15 vezes e os trajetos seguiram o padrão já estabelecido pelo Instituto Mauá.

 Avaliado por meio de análise estatística, o desempenho médio do etanol comum em relação à gasolina comum (que contém 27% de etanol anidro) variou de 70,7% a 75,4%. Como referência, a norma do Inmetro mostrava, para os mesmos veículos, que os valores foram de 66,7% a 72,1%, respectivamente.

Ressalva dos testes: além do nível de tecnologia embarcado no veículo, o jeito que cada condutor dirige sempre será o fator mais importante para determinar o nível de eficiência por quilômetro rodado.

Ou seja, o que as avaliações técnicas nos deixam concluir é que o carro rende muito mais do que a teoria quando se utiliza o etanol. Logo, economizará usando o combustível vegetal, até que a diferença percentual dos preços chegue próximo dos 75%. Por conta disso, até o que se observa pelo Inmetro pode acabar não refletindo a realidade.

 

 

Fonte: UOL