Operação resgata
idoso de 60 anos em condições análogas à escravidão em Marília (Foto:
MPT/Divulgação)
Um homem de 60 anos
foi resgatado em condições análogas à escravidão em Marília (SP) nesta
quinta-feira (16).
O resgate foi feito
durante uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia
Rodoviária Federal (PRF).
Segundo os órgãos, o
homem trabalhava como soldador e foi encontrado em um casebre de apenas um
cômodo, com quarto e banheiro conjugados, no terreno de um galpão onde
funcionava uma fábrica de acessórios automobilísticos.
O espaço, ainda de
acordo com os órgãos, era insalubre, “apresentando forte odor e muita falta de
higiene”. O casebre também não possuía eletricidade, o pé direito era baixo e o
telhado, feito de telha de fibra, propiciava vazamentos dias de chuva.
O homem estava
morando no local há dois meses, dormindo sobre os estrados de uma cama, sem
colchão, que estava com mofo, rasgos e muita sujeira. Em depoimento, ele contou
que já ficou 30 dias sem tomar banho por falta de um chuveiro no local.
Segundo o MPT, o
trabalhador não possuía registro e era remunerada por meio de diárias. O homem
não recebia férias, 13º salário ou qualquer benefício previsto na lei
trabalhista. A empresa também não fornecia equipamentos de proteção individual
(EPIs) para realizar as atividades de soldagem.
O empregador alegou
que contratou o idoso para ajudá-lo, uma vez que, antes de iniciar a prestação
de serviços, o homem “dormia na rua”. Ele celebrou Termo de Ajuste de Conduta
(TAC) com o MPT e a DPU e se comprometeu a efetuar o registro do contrato de
trabalho, a pagar salários com base no salário-mínimo e a quitar todos os
direitos do trabalhador de forma retroativa, até então negligenciados.
O TAC também prevê a
obrigação de fornecer alojamentos em boas condições, conforme normas vigentes,
a fornecer EPIs e a garantir exames médicos admissionais. O descumprimento
resultará em multa de R$ 10 mil por trabalhador em situação irregular, além de
multa diária de R$ 1 mil até a regularização da conduta.
Os auditores fiscais
do trabalho efetuaram o resgate de condições análogas à escravidão, concedendo
ao trabalhor, que foi retirado do alojamento precário e atendido pela
Assistência Social do município, o direito de receber o seguro-desemprego.
Os autos do
inquérito do MPT serão remetidos ao Ministério Público Federal (MPF) e à
Polícia Federal (PF) para investigação da conduta criminal do empregador.
Fonte: temmais.com