Casamentos
homoafetivos aumentaram 25% em 2022, em Presidente Prudente (SP) — Foto:
Pixabay
O Dia Internacional
de Combate à Homofobia, celebrado nesta quarta-feira (17), é uma data simbólica
que mobiliza as pessoas a falarem sobre o preconceito e a discriminação a
partir de uma perspectiva de equidade, diversidade e tolerância. Uma das
importantes conquistas da Comunidade LGBTQIA+ é o casamento entre pessoas do
mesmo sexo. No ano de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou uma
resolução que reconhece a união civil estável entre pessoas do mesmo sexo em
todos os cartórios do Brasil. Em Presidente Prudente (SP), o número destes
casamentos aumentou quase 25% em 2022, desde que os matrimônios foram
autorizados.
Desde a edição da
resolução, há 10 anos, até abril de 2023, 173 casais homoafetivos uniram-se
oficialmente na maior cidade do Oeste Paulista. Foram 62 casamentos entre
homens e 111 entre mulheres.
Conforme a
Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), Presidente
Prudente registrou um recorde no número de casamentos entre pessoas do mesmo
sexo no ano de 2022. Foram 43 ao todo, sendo 29 entre mulheres e 14 entre
homens.
Fonte: Arpen-SP
Em todo o Estado de
São Paulo, os dados apontam que, em média, são realizadas 2,8 mil celebrações
entre casais do mesmo sexo por ano.
Direitos em pé de
igualdade
O advogado Guilherme
Fontana Sanchez, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), explica sobre a importância de celebrar os 10 anos
da autorização para que os cartórios civis realizem os casamento homoafetivos e
destaca direitos e garantias destas pessoas.
"Esta
importância reside em dois pontos. Primeiro, em relação à questão jurídica,
garantir direitos em pé de igualdade com os casais heteroafetivos. Em um
segundo momento, também se garante direitos e garantias de forma muito ampla
para estas pessoas, estas populações, que sofreram historicamente violações de
seus direitos”, explicou à nossa reportagem.
Sanchez ainda
argumenta que ao longo do tempo, estas populações sofreram constantemente
muitas violações de seus direitos e estas garantias são básicas a todo e
qualquer cidadão que reside no Brasil.
“Apesar desta
discussão toda em relação a ter um preconceito, uma discriminação, estas são
garantias fundamentais que devem ser estabelecidas a todo e qualquer cidadão.
Estes direitos, garantidos a estas pessoas, não são diferentes dos direitos
garantidos aos casais heteroafetivos. Apesar de não existir uma lei
propriamente dita, infelizmente, há uma resolução do CNJ que permite este
casamento e estabelece, em pé de igualdade, que estes casais se estabeleçam com
os casais heteroafetivos", complementou.
Casamento e união
estável
O advogado pontua
que o casamento “se refere à instituição formalizada e, portanto, a estas
pessoas, que casam através do cartório, um casamento civil, [garante] uma série
de direitos, por ser justamente formalizado”.
“A união estável, no
entanto, se refere à uma instituição que diz respeito a uma união estável,
duradoura, efetivamente habitual. Não é, na verdade, a efetivação, a
formalização, tal como o casamento, mas também é garantida uma série de
direitos à estas pessoas que vivem em união estável", acrescentou à nossa
reportagem.
Adoção
Justamente por
estarem em posição de igualdade, conforme Sanchez, “estas pessoas também podem,
sem sombra de dúvidas, exercer o direito à adoção [de filhos]”.
“Este direito,
portanto, se refere a uma série de outros direitos e reflete em uma série de
outros direitos, tais como o direito sucessório, a herança e a transmissão
dessa herança", finalizou o advogado.
Fonte: G1